O que são 'liberdade de imprensa' e 'liberdade de expressão'?
Além de perguntarmos o que são, podemos também perguntar se são duas coisas, se não seriam o mesmo. Há quem acredite que não há distinção. Um artigo do jornalista Mauro Santayana, no JB, me provocou a pensar sobre isto. Ele crê que liberdade de imprensa é a própria liberdade de dizer publicamente, de colocar sua opinião diante dos outros. Em sua argumentação, dentre outras razões, cita diversos jornalistas importantes que não têm diploma na área (uma ressalva aqui: os primeiros cursos superiores de Jornalismo são da década de 1960, logo é natural que ícones como Barbosa Lima Sobrinho, Alberto Dines e Carlos Castelo Branco tenham cursado Direito, História, nada, etc).
Bem, independentemente da força do artigo de Santanaya (procure no Google, não estou com disposição para resumí-lo), a questão é pra lá de importante no mundo todo: um jornalista deve ser alguém formando por uma faculdade de Jornalismo? Como alguém formado em uma mas não atuante, sinto-me na obrigação de pensar um pouco mais nisso do que a média das criaturas. E confesso que fico em cima do muro, porque ao mesmo tempo em que investi quatro anos de minha vida imaginando que seria mais um foca (jornalista iniciante), sei muito bem quão deficiente pode ser a formação de um 'profissional do ramo'.
Dentro desses quatro anos de faculdade de Comunicação Social/Jornalismo, fui estagiário durante dois: um ano e cacetada na Folha Dirigida, cerca de seis meses na assessoria de comunicação do Hospital de Bonsucesso. É claro que valeu a pena e é claro que sofri. Fui bastante cobrado e não sei se dei conta, de fato - pelo menos não creio ter sido tão bom quanto meus supervisores esperavam. Procurava me informar e fui constatando em conversas e leituras que a maioria dos jornalistas desse país trabalham bastante e ganham bem mal. Lembro de uma conversa em que um colega de estágio comentava, pasmo e decepcionado, o valor ridículo que viu por acaso (?) no contracheque de um chefe. Arrisco-me a dizer que os jornalistas brasileiros, de modo geral, formam um 'cognitariado', ou seja, um proletariado com certo grau de instrução bem acima da média populacional. Aliás, a revista Imprensa, voltada para o segmento, retratou isto em certa reportagem a alguns anos. Vida corrida, pouca pausa para descanso/estudo, salários de classe média ou média baixa, pouca estabilidade.
Estabilidade. Essa palavra me atrai no que diz respeito a ganhar a vida; não á toa, acabei desistindo de lutar por uma vaga numa redação e comecei a estudar para concursos públicos - passei em alguns e acabei arranjando meu ganha pão. Mas não desviemos do assunto: é preciso formar-se em Jornalismo para exercê-lo? Claro que não, faça a pergunta correta: deveria-se cursar e concluir a faculdade de Jornalismo para trabalhar no ramo? É correto, é o melhor definir como condição do exercício profissional na área um curso específico? Diante do que vejo, digo que não; mas e os milhares de jovens cheios de expectativas nas faculdades? Estariam perdendo tempo? Porque se vale qualquer curso, ou mesmo nenhum (basta 'aptidão'), parece bobagem existir o curso de específico. Bem, mas não seria o caso, talvez, de uma reforma na formação dos futuros jornalistas? Ou basta acabar com isso e orientar os que querem seguir carreira a fazer um curso da aprea de Humanas (História, Direito, Filosofia, etc, ou um curso de Comunicação sem habilitação específica...)? Ou vamos deixar como está? Confesso que gostaria de ter mesmo uma resposta, ou a melhor resposta para essa questão.
Quanto à liberdade de imprensa como o mesmo que liberdade de dizer, parece óbvio e ululante ser isso mesmo, mas peraí: como todos vão dizer tudo o que pensam, simplesmente? Talvez criando um blog e divulgando, né? Mas sem esquecer que já é bem difícil selecionar as toneladas de informação atiradas sobre nós hoje...liberdade de imprensa talvez seja não só a liberdade de comunicar, mas também a capacidade de receber informações - o que exige educação, boa vontade, um pouco de tempo...e, quem sabe, bons profissionais e estudiosos do assunto.
Bem, independentemente da força do artigo de Santanaya (procure no Google, não estou com disposição para resumí-lo), a questão é pra lá de importante no mundo todo: um jornalista deve ser alguém formando por uma faculdade de Jornalismo? Como alguém formado em uma mas não atuante, sinto-me na obrigação de pensar um pouco mais nisso do que a média das criaturas. E confesso que fico em cima do muro, porque ao mesmo tempo em que investi quatro anos de minha vida imaginando que seria mais um foca (jornalista iniciante), sei muito bem quão deficiente pode ser a formação de um 'profissional do ramo'.
Dentro desses quatro anos de faculdade de Comunicação Social/Jornalismo, fui estagiário durante dois: um ano e cacetada na Folha Dirigida, cerca de seis meses na assessoria de comunicação do Hospital de Bonsucesso. É claro que valeu a pena e é claro que sofri. Fui bastante cobrado e não sei se dei conta, de fato - pelo menos não creio ter sido tão bom quanto meus supervisores esperavam. Procurava me informar e fui constatando em conversas e leituras que a maioria dos jornalistas desse país trabalham bastante e ganham bem mal. Lembro de uma conversa em que um colega de estágio comentava, pasmo e decepcionado, o valor ridículo que viu por acaso (?) no contracheque de um chefe. Arrisco-me a dizer que os jornalistas brasileiros, de modo geral, formam um 'cognitariado', ou seja, um proletariado com certo grau de instrução bem acima da média populacional. Aliás, a revista Imprensa, voltada para o segmento, retratou isto em certa reportagem a alguns anos. Vida corrida, pouca pausa para descanso/estudo, salários de classe média ou média baixa, pouca estabilidade.
Estabilidade. Essa palavra me atrai no que diz respeito a ganhar a vida; não á toa, acabei desistindo de lutar por uma vaga numa redação e comecei a estudar para concursos públicos - passei em alguns e acabei arranjando meu ganha pão. Mas não desviemos do assunto: é preciso formar-se em Jornalismo para exercê-lo? Claro que não, faça a pergunta correta: deveria-se cursar e concluir a faculdade de Jornalismo para trabalhar no ramo? É correto, é o melhor definir como condição do exercício profissional na área um curso específico? Diante do que vejo, digo que não; mas e os milhares de jovens cheios de expectativas nas faculdades? Estariam perdendo tempo? Porque se vale qualquer curso, ou mesmo nenhum (basta 'aptidão'), parece bobagem existir o curso de específico. Bem, mas não seria o caso, talvez, de uma reforma na formação dos futuros jornalistas? Ou basta acabar com isso e orientar os que querem seguir carreira a fazer um curso da aprea de Humanas (História, Direito, Filosofia, etc, ou um curso de Comunicação sem habilitação específica...)? Ou vamos deixar como está? Confesso que gostaria de ter mesmo uma resposta, ou a melhor resposta para essa questão.
Quanto à liberdade de imprensa como o mesmo que liberdade de dizer, parece óbvio e ululante ser isso mesmo, mas peraí: como todos vão dizer tudo o que pensam, simplesmente? Talvez criando um blog e divulgando, né? Mas sem esquecer que já é bem difícil selecionar as toneladas de informação atiradas sobre nós hoje...liberdade de imprensa talvez seja não só a liberdade de comunicar, mas também a capacidade de receber informações - o que exige educação, boa vontade, um pouco de tempo...e, quem sabe, bons profissionais e estudiosos do assunto.