Seguem alguns poemas. Quando conseguir reaver um certo caderninho que está em (boas) mãos de uma amiga, talvez coloque todos neste blog. Mas seguem quatro:
Dia agnóstico
Minha dor é implosão
Diálogo entre peixe e cometa
Alguém, por favor, chame um métrico
Antes que eu cometa paradoxo
Censurado*
Resolvi voltar a escrever
Então, meia hora depois,
Uma bolha evadiu-se inconclusa
E creio que houve prejuízo
Mas, daí em diante, não lembro
De mais nada, ou melhor,
Só vejo um vulto
Não bebo
Não fumo
* aqui publicado sem certos recursos visuais
Dia agnóstico II
Sou contra
Acredito
Profano
Pondero
Simulo
Repito
Analiso
Ignoro
Desejo
Comparo
Rejeito
Infernizo
Admiro
Esfrego
Admito
Espero
Permeio
Permito
Proíbo
Será que preciso?
Vergonha
Desprezo
Remorso
Fascínio
Barganha
Tratados
Tipos
Fatos
Senhas
Cacos
Nichos
Limpo
Sujo
Vivo
Morto
Morto
Vivo
Trens
Bens
Meses
Fugas
Tetos
Retos
Tortos
Logos
Procura
Será que tem cura?
Poema-zero
Nego a poesia fumê,
seja lá o que for,
sei lá o quê.
Nego a migalha evasiva,
diante da vida,
telecretina.
Quero todos em volta da fogueira,
em laços firmes, versos livres,
olhar sem verdugos,
errar, ser vivo.
Sem tremer de medo das origens,
sem temer por ser pretensioso,
busco versos virgens.
Tentativizado e precioso.
Original porque sincero.
Poema-zero