Suzane Iscariotes ?
Os satanistas sempre foram muito loucos pra mim. Porque me parece complicado acreditar no 'Coisa-Ruim' e duvidar de Deus. Não que eles duvidem de Deus - salvo engano, todos os satanistas (necessariamente, não?) crêem em no Criador. Mas aí é que está, a meu ver: crer no Deus Bíblico - ou em algo parecido - e preferir 'o outro lado'! Segundo a Bíblia a história humana está dentro da história da salvação, e já se sabe que o Maléfico está f...perdido. Qual seria o plano B, se é que os seguidores de Satã vislumbram isso?
Essa vã 'filosofia do capeta' só para falar de dois personagens: Judas Iscariotes e Suzane Richtofen. O primeiro, 'um homem imundo' de acordo com o papa (o 'novo' papa); a segunda, cada um tire suas conclusões. O primeiro, histórico e praticamente insubstituível; a segunda, casual. Os dois, neste Sábado de Aleluia, devem estar sendo espancados por todo o Brasil - provavelmente, o rosto da 'patricinha' no corpo de enésimos bonecos vicários do 'traidor de Cristo'.
Vamos lá: Judas é (ou tornou-se?) um arquétipo (um 'tipo primário', um símbolo) e representa o mal humano, o preferir o mal por considerá-lo mais vantajoso. Apenas Hitler rivaliza com ele nessa representação. Mas, independentemente da função desse arquétipo (o mal exemplo que não pode ser seguido), só a fé (ou a interpretação?) cristã pode justificar essa fama para uma figura capaz de despertar tanta pena. Calma, amigo cristão! Não vou tecer elogios ao famoso ex-apóstolo. Mas tenho sim minhas dúvidas e aproveito que o assunto está em voga desde que foi descoberto o 'apócrifo' (duvidoso) Evangelho de Judas, já devidamente e naturalmente rechaçado por católicos e protestantes.
Alguém disse, numa das matérias que li sobre o envagelho, que essa nova história seria o mesmo que um documento sobre o mensalão escrito por petistas daqui há séculos. Analogia pertinente, talvez; mas, como não-cristão, como agnóstico esperançoso, posso ousar afirmar que os evangelhos canônicos, ou certas interpretações, são tão passíveis de dúvidas quanto os documentos 'extra-oficiais'. Um fundamentalismo que se pretende puro e ignora a simbologia dos textos bíblicos, por exemplo, pode ser tão tentador quanto as 30 moedas - a tentação de uma vida de certezas absolutas sobre si e a humanidade. Vamos a algumas perguntas, embora eu aqui vá necessariamente chatear algumas pessoas:
Por que Judas precisou identificar Cristo (o famoso beijo) se Jesus se expunha tanto? Era mesmo necessário que alguém traísse o homem de Nazaré para que ele chegasse a ser crucificado? E as contradições dos Evangelhos? Pedro (e os demais, de certa forma) também não traiu Cristo? Judas não poderia ser perdoado pela traição? E outras perguntas mais escandalosas vão surgindo...teólogos nos lembram as profecias, tentam construir argumentações para dar conta de tudo. Por exemplo: o livre-arbítrio explicaria porque Deus Onisciente teria criado milhões de futuros moradores do Inferno, como Judas. Explica, mesmo?
Parece-me que só a fé pode dar conta de tanta confusão. A mim, que não creio no Deus Bíblico, o vejo como um grande personagem esquizofrênico e até perverso, ou seja, uma criação de homens como todos nós: imperfeitos, confusos e cheios de vontade de encontrar respostas. As minhas sobre um pobre coitado, que serve tão bem para nos fazer sentir melhores, ainda não existem. Hoje é dia de bonecos; amanhã, Suzanes, os governantes, os inimigos, os vizinhos, os conhecidos, alguém na rua, até os familiares e os amigos - sempre haverá seres horríveis para malharmos e nos sentirmos melhores, podemos crer.
Essa vã 'filosofia do capeta' só para falar de dois personagens: Judas Iscariotes e Suzane Richtofen. O primeiro, 'um homem imundo' de acordo com o papa (o 'novo' papa); a segunda, cada um tire suas conclusões. O primeiro, histórico e praticamente insubstituível; a segunda, casual. Os dois, neste Sábado de Aleluia, devem estar sendo espancados por todo o Brasil - provavelmente, o rosto da 'patricinha' no corpo de enésimos bonecos vicários do 'traidor de Cristo'.
Vamos lá: Judas é (ou tornou-se?) um arquétipo (um 'tipo primário', um símbolo) e representa o mal humano, o preferir o mal por considerá-lo mais vantajoso. Apenas Hitler rivaliza com ele nessa representação. Mas, independentemente da função desse arquétipo (o mal exemplo que não pode ser seguido), só a fé (ou a interpretação?) cristã pode justificar essa fama para uma figura capaz de despertar tanta pena. Calma, amigo cristão! Não vou tecer elogios ao famoso ex-apóstolo. Mas tenho sim minhas dúvidas e aproveito que o assunto está em voga desde que foi descoberto o 'apócrifo' (duvidoso) Evangelho de Judas, já devidamente e naturalmente rechaçado por católicos e protestantes.
Alguém disse, numa das matérias que li sobre o envagelho, que essa nova história seria o mesmo que um documento sobre o mensalão escrito por petistas daqui há séculos. Analogia pertinente, talvez; mas, como não-cristão, como agnóstico esperançoso, posso ousar afirmar que os evangelhos canônicos, ou certas interpretações, são tão passíveis de dúvidas quanto os documentos 'extra-oficiais'. Um fundamentalismo que se pretende puro e ignora a simbologia dos textos bíblicos, por exemplo, pode ser tão tentador quanto as 30 moedas - a tentação de uma vida de certezas absolutas sobre si e a humanidade. Vamos a algumas perguntas, embora eu aqui vá necessariamente chatear algumas pessoas:
Por que Judas precisou identificar Cristo (o famoso beijo) se Jesus se expunha tanto? Era mesmo necessário que alguém traísse o homem de Nazaré para que ele chegasse a ser crucificado? E as contradições dos Evangelhos? Pedro (e os demais, de certa forma) também não traiu Cristo? Judas não poderia ser perdoado pela traição? E outras perguntas mais escandalosas vão surgindo...teólogos nos lembram as profecias, tentam construir argumentações para dar conta de tudo. Por exemplo: o livre-arbítrio explicaria porque Deus Onisciente teria criado milhões de futuros moradores do Inferno, como Judas. Explica, mesmo?
Parece-me que só a fé pode dar conta de tanta confusão. A mim, que não creio no Deus Bíblico, o vejo como um grande personagem esquizofrênico e até perverso, ou seja, uma criação de homens como todos nós: imperfeitos, confusos e cheios de vontade de encontrar respostas. As minhas sobre um pobre coitado, que serve tão bem para nos fazer sentir melhores, ainda não existem. Hoje é dia de bonecos; amanhã, Suzanes, os governantes, os inimigos, os vizinhos, os conhecidos, alguém na rua, até os familiares e os amigos - sempre haverá seres horríveis para malharmos e nos sentirmos melhores, podemos crer.
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