sábado, outubro 29, 2005

Mais "poesia"

Rimas pobres

Sou um sujeito
Direito e cheio
De preconceitos
Torto e estreito
Mas veja bem
Lá bem no âmago
Fundo do peito
Como alguém disse
Ou escreveu
Ou confessou
P'ra tudo há jeito
Ajeito eu
Pois eu não sou
Tão imperfeito
Que já não caiba
Defeito e dor
E algum respeito
Pois Prometeu
O condenado
Deixou o fogo
Perdeu o fígado
Perdeu a paz
P'ra que os mortais
Contassem histórias
E se iludissem
Com a verdade
E ao ver que é isso
Sorrio e rimo
Não digo mais

Confissão no ônibus

Rio, invenção dos cariocas,
faz silêncio, Rio,
embora seja impossível
ir embora

Rio, eu finjo que assimilo
a página 158 de um livro,
mas estou cansado e desaliviado,
tudo sem crer nos evangelhos
nem nos panfletos amarelos
com letras vermelhas, verdes,
prometendo gozo financeiro
e sexual

Rio, lugares-comuns
de horror e fascínio,
cheio de gente que não sabe
se é infeliz, se é contaminada,
se tem filho viciado, se tem filho,
se faz escolhas e
se Deus é pai ou filho das criaturas

Rio, minha maior pretensão poética
até agora, e até o dia
que me existir a entidade "carioca"

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O primeiro poema DEVE SER MUSICADO!!!

**

Sobre o segundo. Também já tive minhas impressões de ser carioca. É interessante. Conversemos, um dia desses, sobre isso, quando nos virmos nalgum boteco, por ocasião de seu aniversário, ou de meu...

(Ou de aniversário de amigo comum...)

**

Contáto -- Gustavo

8:57 AM  
Anonymous Anônimo said...

Muito interessante a forma como você utilizou-se do "Duplo Sentido" para escrever este poema ou crônica...uma mistura dos dois?
Bem, a forma como você descreve irônicamente os problemas sociais (denunciando-os) é belíssima...teus escritos são muito bons, e como você mesmo disse, diferem dos meus...
Abraços, amigo sábio...

9:03 PM  
Blogger Thiago said...

Vi o "3 comments" e gostei...até perceber que o camarada do "3º comentário" está fazendo propaganda no meu blog! Sai de mim, Duda Mendonça! Alô, alô, W Brasil!

6:28 AM  

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