Envelheço na cidade, envelheço com a cidade
Rio de Janeiro, cidade fundada em 1º de março de 1565 por Estácio de Sá.
Thiago Augusto Araujo Bastos, criatura parida em 1º de março de 1981 por Ana Lucia Araujo.
Rio, invenção dos cariocas,
faz silêncio, Rio,
embora seja impossível
ir embora.
Rio, eu finjo que assimilo
a página 158 de um livro,
mas estou cansado e desaliviado,
tudo sem crer nos evangelhos
nem nos panfletos amarelos
com letras vermelhas, verdes,
prometendo gozo financeiro
e sexual.
Rio, lugares-comuns de horror e fascínio,
cheio de gente que não sabe
se é infeliz, se é contaminada,
se tem filho viciado, se tem filho,
se faz escolhas e
se Deus é pai ou filho das criaturas.
Rio, minha maior pretensão poética
até agora, e até o dia
que me existir a entidade "carioca".
Thiago Augusto Araujo Bastos, criatura parida em 1º de março de 1981 por Ana Lucia Araujo.
Eu já morei no bairro chamado Estácio (de Sá).
Meus pais são baianos de uma mesma cidade, Ilhéus, mas não se conheciam lá; conheceram-se aqui no Rio, e aqui seguem vivendo. Então, eu só existo porque 1.316 anos antes passou a existir essa ficção que é o Rio de Janeiro. Há cerca de dois anos e meio, em homenagem, desagravo, protesto, desesperança ou o que fosse, escrevi este poema, chamado "Confissão no Ônibus":Rio, invenção dos cariocas,
faz silêncio, Rio,
embora seja impossível
ir embora.
Rio, eu finjo que assimilo
a página 158 de um livro,
mas estou cansado e desaliviado,
tudo sem crer nos evangelhos
nem nos panfletos amarelos
com letras vermelhas, verdes,
prometendo gozo financeiro
e sexual.
Rio, lugares-comuns de horror e fascínio,
cheio de gente que não sabe
se é infeliz, se é contaminada,
se tem filho viciado, se tem filho,
se faz escolhas e
se Deus é pai ou filho das criaturas.
Rio, minha maior pretensão poética
até agora, e até o dia
que me existir a entidade "carioca".
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