sábado, janeiro 20, 2007

Longa vida a Chico

Posso dizer que ontem realizei um sonho: assisti a um espetáculo de Chico Buarque, com meu pai. As doze horas de fila para comprar o ingresso (dia 11 de dezembro) e o desconforto da própria casa de shows, o Canecão, não se comparam à alegria e ao prazer em ver esse grande artista tocando lindas canções que tornam a vida mais bela e nos enchem de orgulho por ver que aqui no Brasil também há grandes compositores de música popular - é claro que Chico não é o único; mas, pra mim, é o melhor.
'Longa é arte, breve é a vida', diz o ditado; quem pode garantir que Chico fará um nova turnê daqui a seis anos? Ele é assim: fica anos em retiro, escreve um livro, vai viajar e então se convence de que há mais canções a fazer e motivos para se apresentar a seu público. É um artista metódico, aparentemente retraído; mas, que show! Mesmo quando tocou músicas 'lado b', adiando um pouco o nosso prazer de vê-lo cantar clássicos como 'As vitrines' e 'Bye bye Brasil', Chico foi maravilhoso, acompanhado por grandes músicos, à altura dele.
No início de 2006 assisti a um show que entrou para a história do rock: mais de um milhão de pessoas vendo os Rolling Stones na Praia de Copacabana, um recorde. Mas nas estatísticas do meu coração o grande show foi este 'Carioca', de Chico. Não sei se assistirei a Chico novamente; também acho difícil que outro show seja mais marcante que esse em minha vida. Peço à vida longa vida a Chico Buarque, porque quanto a sua obra, esta já é longeva, quiçá imortal.